Os Perigos Da Batalha Espiritual

Infelizmente, o Movimento de Batalha Espiritual oferece mais perigos, para a Igreja, do que benefícios. Abaixo, veremos que perigos são esses.  

5.1 As fontes de informação.

As Escrituras são a única regra de fé e de prática. Nada pode tomar esse lugar que lhe é próprio; nem os estatutos eclesiásticos, nem as experiências pessoais.

O movimento de Batalha Espiritual trás- e se baseia nelas para suas doutrinas- muitas informações que não procedem das Escrituras.  A pergunta que se segue, é esta: Se não vem da Bíblia, de onde vem?  Vejamos, com a finalidade de saber de onde vem as informações que nos são passadas, algumas declarações dos expoentes da Batalha Espiritual.

Em uma apostila sobre uma “profecia” concedida a Magnólia de Campos Araújo, Mátiko Yamashita, do ministério de Batalha Espiritual, concede algumas informações sobre Espíritos demoníacos100; o interessante é que ela repete, insistentemente, a fonte com o qual obteve tais informações:

“Eu comando o sheol. Sou capaz de transformar pedra em pão”, disse Lúcifer. “Perguntei sobre Ninrod: disse que é comandante geral de batalha e guerra de sombras. Perguntei sobre o príncipe do Brasil: Atualmente está vago, pois yemanjá foi destronada no dia 12 de outubro de 1.990.”

Depois disso, Mátiko fala sobre o Buda e escreve:

segundo o Buda, há tipos de bonzos: os de roupa amarela e de grená. Este é feroz, é como javalí e se transformam em javalis ( grifo meu)”. Também fala do “Minotauro ou tauro: segundo sua informação é anjo caído. É gênio de destruição ( grifo meu)”.

 

Depois, Mátiko cita como obteve tais informações:

“Recebemos as revelações no dia 3.11.90, quando fomos fazer um trabalho de libertação na casa da Silvia, e o minotauro e o centauro dominavam e controlavam outro demônio de casta mais baixa, chamado “amoran”, tipo de uma lesma que atua nos homossexuais. São destituídos de inteligência, se alimenta apenas de carne do homem, isto é todo tipo de pecado sexual pervertido. Só pode ser exterminado, dividindo em dois ou queimando com o “o fogo do Espírito”, não se expulsa, pois ele não entende a linguagem dos humanos”.

 

Mátiko segue citando sobre o centauro:  

“quando a morte pairar sobre a cabeça dos cristãos, diz Zohohet, que eu, Magnólia vou ver centauro. Diz Zohohet: avisa a igreja. Diz que vai voltar para falar mais” ( grifo meu).

 

Mátiko segue comentando da seguinte forma: “todas as informações foram dadas sob juramento, no dia 04.11.90 para Magnólia Campos de Araújo”; e, também: “Estas informações foram dadas pela Pomba-Gira, à Magnólia Campos Araújo”; outra vez, fala:

Segundo o próprio demônio, ela amacia o caminho para outros agentes de destruição do sexo. Desfaz casamentos” (Grifo meu).

Gostaria de Ter palavras para exprimir minha completa indignação diante de tais declarações. Temo não Ter as palavras adequadas, mas iremos esforçar-nos para tal.

Magnólia está assumindo o papel de profetiza do diabo. Ele fala, ela repete. Ele manda avisar para a igreja e ela avisa.

Fico imaginando como tais informações devem chegar ao ceio de nossas igrejas. O diabo fala, alguém ouve e repete.  Um pastor- como a Mátiko-, sem compromisso com as Escrituras, ensina para a Igreja porque “não tem nada melhor para ensinar”.  Os membros ficam impressionados com tais informações e começam a propagá-las. Daí, se forma o que Paulo disse:

“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios”. ( 1 Tm 4:1)

Penso que as informações sobre demônios- seus nomes, características, onde moram, etc-, vêm do próprio diabo.  Não creio que esta seja uma fonte fidedigna! ( Jo 8:44).

 

5.2 O pragmatismo

O termo “pragmatismo”, foi cunhado do vocábulo grego “pragma” que quer dizer: ato, coisa, evento, ocorrência, fato, matéria.

O pragmatismo ensina que conceitos, idéia e pensamentos só têm valor quando seguidos de conseqüências práticas. A respeito da verdade, o pragmatismo diz que somente as idéias que produzem conseqüências; ou seja, se funcionam, é porque são verdadeiras; em outras palavras, aquilo que funciona tem, por de trás, um princípio verdadeiro.

Este pensamento filosófico nasceu nos E.U.A, em meios do fim do séc. XIX para o séc. XX. Influenciou extremamente o ensino norte-americano, inclusive os seminários evangélicos. Os principais filósofos pragmáticos foram: Charles Sanders Peirce, William James, Royce, entre outros.

Levando a bandeira do pragmatismo, estão os pregadores da Batalha espiritual. Invariavelmente, para respaldar suas idéias, selecionam experiências, e dizem: se deu certo...é de Deus. Vejamos o que diz Peter Wagner sobre isso:

“Sou um teórico, mas sou um daqueles que tendem por defender teorias que funcionam. Meu principal laboratório, onde submeto a teste essas teorias, tem sido a Argentina, pelo que o leitor lerá sobre muitos incidentes que ocorreram naquele país.” 101

 

Em outra ocasião, ele fala da seguinte forma: “Sou uma pessoa muito pragmática, no sentido de que as teorias que mais me atraem são aquelas que funcionam.” 102

Diante de tal perspectiva filosófica, podemos responder com as palavras de Claudionor Corrêa de Andrade:

“A experiência tem demonstrado, porém, ser o pragmatismo mui relativo. O que é útil, hoje, pode não o ser amanhã. Exemplo: a escravidão. O que foi considerado útil nos séculos passados, hoje é tido como desrespeito aos direitos humanos. O pragmatismo, por conseguinte, é próprio das sociedades totalitárias. A utilidade imediata quase sempre é efêmera.” 103

 

Quando estudamos a doutrina cristã, um dos assuntos que, primeiramente deve ser encarado é a fonte da qual extrairemos nosso conhecimento.  Existem várias abordagens: Teologia natural, Tradição, Experiência e Escrituras. Aqueles que decidem-se pelas Escrituras tomam-nas “como o documento definidor ou a constituição da fé cristã”.  Ela é a regra de fé e prática.  Esta é a atitude tomada no meio ortodoxo.

Aqueles que optam pela experiência religiosa (pragmáticos), consideram que ela provê informações divinas autorizadas.  Esta última posição é extremamente perigosa.

O Apóstolo Paulo advertiu-nos: 

“ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos anunciamos, seja anátema” (Gl 1:8).

Note que a autoridade é o Evangelho e não a experiência.  Para Paulo, a verdade é absoluta, e mesmo que experiências queiram provar ao contrário, consideremos tal coisa anátema.

É certo que a Palavra de Deus é respaldada pelas experiências sobrenaturais de pessoas.  No entanto, nem toda experiência resultou em doutrina cristã. É extremamente perigoso respaldarmos nossas convicções, conceitos e doutrinas em experiências, por que as experiências são relativas.

Não podemos usar métodos apenas porque funcionam, devemos usar métodos se são bíblicos.  Não devemos crer que tal coisa é de Deus apenas porque funciona, devemos crer porque possui respaldo bíblico.  Assim pensando; i, é, como os pragmáticos, segue-se que o Islamismo é uma religião de Deus, pois, é a que mais cresce no mundo.  No entanto, seus conceitos são diabólicos. Nem tudo aquilo que dá certo é de Deus.

Sobre isso, Champlin, também comenta da seguinte forma:

“Existem grandes verdades espirituais que em coisa alguma são afetadas pela experimentação humana...Tentar investigar a verdade exclusivamente através de meios pragmáticos, limitados à experiência humana, é abordar a verdade de uma maneira muito parcial.” 104

 

O filosofia pragmática tem inserido sérios problemas doutrinários na igreja, e a doutrina de batalha espiritual é um deles.

 

5.3 Confusão entre obra do diabo e obra da carne

Um outro perigo doutrinário que acedia o movimento de batalha espiritual é a confusão feita entre as obras da carne e as obras do diabo.

Costumeiramente, quando alguém está envolvido em algum pecado, atribui-se este envolvimento a espíritos malignos.  Assim, uma prostituta, é prostituta, por causa do espírito de prostituição que a possui; de semelhante forma, se um crente rouba, é por que o espírito de roubo o influenciou.  Nesta concepção, para estirpar determinados costumes nas vidas das pessoas, é necessário identificar o demônio que lhe acedia e repreendê-lo.  Daí, vem a nomenclatura de espírito de lascívia, de inveja, de fofoca, de dissolução, etc.

A Bíblia chama estas manifestações- que os mestres da batalha espiritual chamam de espíritos- de obras da carne (Gl 5).  O homem é responsável pelos seus atos, e como tal deve reconhecê-los, arrepender-se e deixá-lo ( 1 Jo 1: 5-9; 2: 1,2).

A Bíblia não nos instrui a repreender espíritos quando estamos em pecado. Devemos tratar o pecado como pecado, que é a escolha pessoal de rebelar-se contra Deus.

O diabo é tentador e, como tal, vive para induzir o homem ao erro; no entanto, o homem peca devido à sua escolha de rebelar-se contra Deus, devido à sua natureza pecaminosa.  Por isso, ele é responsável pelos seus atos.

 

5.4 Dizer que é revelação de Deus para os dias atuais

Quando não encontram mais argumentos para defender suas idéias, os pregadores do movimento de batalha espiritual tendem a dizer que esta é uma revelação de Deus para os últimos dias.

Através da análise de textos como At 2:16,17; 1 Co 10:11; 1 Jo 2:18, pode-se perceber que os apóstolos já viviam nos últimos dias. Será que Paulo era tão imaturo na fé para que Deus não o revelasse este ensino?  Será que o Cânon ainda não foi concluído, necessitando, portanto, que livros de batalha espiritual sejam inseridos?  Se a igreja do primeiro século não tinha esta revelação, porque obteve tanto sucesso evangelístico?

Não se pode confiar em qualquer revelação só porque ela contém a fórmula: “assim diz o Senhor”. Assim fizeram Charles T. Russell, que começou a seita Testemunhas de Jeová, dizendo-se ter uma nova revelação; também Ellen Golden White, detentora de novas revelações e grande propagadora do Adventismo do sétimo dia; podemos citar, também, Joseph Smith, que recebeu revelações e, por isso, fundou a seita mórmon.

Não descreio em revelações; porém, penso que estas, precisam ser analisadas à luz das Escrituras, pois, não possuem autoridade final. A credulidade dos crentes é cativas à Palavra de Deus. Não se pode obrigá-los a crer em algo que não é bíblico.

Diante disso, gostaria de citar, novamente, as palavras do apóstolo Paulo:

 

“Ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.” (Gl 1: 8)

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